Fernando Botelho Marés de Souza, nasceu no verão de 1976 em Copenhague. Seus pais, o jurista Carlos Frederico Marés de Souza Filho e a bibliotecária Dirce Botelho, viviam exilados na capital dinamarquesa, destino de diversos perseguidos políticos latino-americanos. Antes que Fernando completasse um ano, a família Marés foi morar na pequena ilha de São Tomé e Príncipe, na África, onde seu pai foi trabalhar na criação da constituição do país recém criado após a independência. Em Julho de 1979 com os ventos da anistia, o casal Marés retornou para o Brasil, trazendo seus filhos, brasileiros por direito, Theo e Fernando. Seu irmão temporão, Francisco, nasce em Curitiba no ano de 1986.

Fernando estudou durante 12 anos no tradicional colégio Nossa Senhora de Sion em Curitiba, onde recebeu uma educação clássica e erudita, que despertou nele o interesse pelo conhecimento, artes e ciência. Dos seus pais, recebeu uma influência substancial na formação intelectual e ideológica, convivendo com amigos pessoais do casal, como o filósofo Frei Paulo César Botas, o cacique Aílton Krenak, o educador Paulo Freire, o músico Milton Nascimento, e o escritor, roteirista e cineasta Tabajara Ruas. A paixão pelo cinema nasceu quando seu pai, então Presidente da Fundação Cultural de Curitiba, o deixava na antiga Cinemateca do Museu Guido Viaro, enquanto trabalhava. Aos dez anos comprou seu primeiro computador, um MSX, e começou a desenvolver jogos e aplicativos com Luciano Mengarelli, na M&M Software.

Passando no vestibular da Federal e Puc paranaenses em 94, cursou Filosofia e História, e depois Comunicação Social na Universidade Tuiuti. Ainda com 17 anos, cruzou a Bolívia e o Peru, na famosa rota peregrina Trem da Morte - Machu Pichu.

No ano de 1997 fundou o site Scripts On the Net, que durante dois anos foi o maior banco de roteiros do mundo. Participou do Congresso Internacional de Americanistas em Quito, navegou pelas Ilhas Galápagos e retornou ao Peru, para uma longa temporada em Cuzco.

Em 1998, com diversos roteiros de curta-metragem escritos, Fernando se mudou para Florianópolis, para trabalhar com o mitológico romancista gaúcho Tabajara Ruas no roteiro da minissérie Garibaldi in America. Desta parceria nasceu o roteiro de outro projeto, Netto perde sua alma, premiado no concurso RGE/RS. Como Assistente de Direção, ao lado de Federico Bonani, Tito Mateo e Geraldo Borowski, integrou a equipe de produção de Netto em suas três fases, entre 1999 e 2001, rodando o Rio Grande do Sul e o Uruguai.

Ainda em 2001, radicado em Porto Alegre, escreveu com Tabajara Ruas e Ernani Ssó Combate em Santa Maria, e dirigiu dois curtas musicais para André Rafael, e a banda Stereobox. Netto estreou em Gramado e começou a premiada carreira, que incluem o prêmio de Roteiro em Recife e outros em Brasília, Huelva e Trieste.

No ano seguinte, 2002, volta para Florianópolis, trabalhar novamente em Garibaldi in America, reformulando o projeto de minissérie para um longa metragem de cinema. Em Curitiba, participa das Oficinas de Cinema do Festival como professor adjunto do Curso de Assistência de Direção, com Amilcar Monteiro Claro.

Em 2003, escreveu Caminhos que levam para o Norte, baseado na obra de Eduardo Sganzerla, e reformulou o site Scripts On the Net, lançando o portal Roteiro de Cinema. Foi indicado ao prêmio da Academia Brasileira de Cinema na categoria melhor roteiro adaptado por Netto perde sua alma. Neste ano nasceu sua filha Sofia.

No ano de 2004, em Porto Alegre, trabalhou em parceria com Geraldo Borowski como Roteiristas e Assistentes de Direção no filme de longa-metragem Cerro do Jarau, de Beto Souza. Em Curitiba e no Rio de Janeiro, formou com com Maya Da-Rin a equipe de Assistência de Direção do longa Mulheres do Brasil, de Malu de Martino. Em 2005 volta a trabalhar em Garibaldi in America em Santa Catarina, novamente como roteirista e assistente de direção.

Atualmente tem se dedicado ao trabalho de Roteirista, Consultor e Analista de Roteiros audiovisuais, na Arte & Letra -Roteiros de Cinema, e realiza seus filmes autorais em digital vídeo.