São
Paulo, 1995. Último ano em que a indústria fonográfica brasileira fabricou discos
de vinil. No bairro de Pinheiros, Durval resiste heroicamente à febre do CD: só
vende, só ouve, só quer saber de vinil. Assim ele toca a vida, entre tédio e música.
Com breves interrupções: um cliente aqui, outro ali. Esse é o lado A do disco,
que ainda tem lugar para um velho LP de Jessé. No lado B do disco a música é bem
diferente. É um mundo obscuro, que de repente se revela assustador e cruel. Nele,
delírio e realidade se misturam como se tudo fosse possível, até um cavalo branco
montado por uma menina bailarina no quintal minúsculo de uma casa. Uma alucinação
que parece não ter limites e que passa como um furacão. O mundo de vinil de Durval
Discos nunca mais foi o mesmo depois que se ouviu aquela "música" do lado B. |