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Roteiros indicados ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2010

A Academia Brasileira de Cinema anunciou finalistas do GRANDE PRÊMIO DO CINEMA BRASILEIRO 2010. A cerimônia acontece dia 08 de junho, às 21 horas, no Teatro João Caetano. O homenageado da edição será o ator, diretor e roteirista Anselmo Duarte, morto no final do ano passado.

Conheça os indicados ao prêmio de Roteiro:

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

ANNA MUYLAERT
por É PROIBIDO FUMAR

HILTON LACERDA e MATHEUS NACHTERGAELE
por A FESTA DA MENINA MORTA 

ADRIANA FALCÃO, EUCLYDES MARINHO e RENÉ BELMONTE
por SE EU FOSSE VOCÊ 2

ADRIANA FALCÃO, CLAUDIO PAIVA, CLAUDIO TORRES e MARIA LUISA MENDONÇA
por A MULHER INVISÍVEL

JOSÉ ROBERTO TORERO, LUIZ VILLAÇA, MARIANA VERÍSSIMO e MAURÍCIO ARRUDA
por O CONTADOR DE HISTÓRIAS

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

AUGUSTO BOAL, CHICO ANYSIO e ZELITO VIANA
por BELA NOITE PARA VOAR
baseado em “Bela Noite Para Voar” de Pedro Rogério Moreira.

BOSCO BRASIL
por TEMPOS DE PAZ
baseado em “Novas Diretrizes em Tempos de Paz” de Bosco Brasil.

MARCELO SABACK
por DIVÃ
baseado em “Divã” de Martha Medeiros.

RITA BUZZAR
por BUDAPESTE
baseado em “Budapeste” de Chico Buarque de Hollanda.

SUZANA AMARAL
por HOTEL ATLÂNTICO
baseado em “Hotel Atlântico” de João Gilberto Noll.

Veja a lista de todos os indicados.

Fernando Marés de Souza
Roteiro de Cinema, roteirodecinema.com.br
FONTE: Academia Brasileira de Cinema
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Sargento diz que inspirou ‘The Hurt Locker’ e processa roteirista

O Sargento Jeffrey S. Sarver, militar do exército americano que lutou no Iraque e era chefe da unidade retratada por Mark Boal em artigo que escreveu para a Playboy em 2005, intitulado “The Man in the Bomb Suit”, e que serviu de ponto de partida para  THE HURT LOCKER (Guerra ao Terror), está processando o autor e os produtores por danos morais.

Segundo o release dos advogados de Sarver, “virtualmente todas as situações retratadas no filme, são de fato, ocorrências envolvendo o Sargento Sarver, e que foram observadas e documentadas pelo roteirista Mark Boal”. Os advogados também alegam que os produtores “falsamente afirmam que as situações retratadas no filme são ficcionais” e que os realizadores enganaram Sarver para não compensá-lo financeiramente por sua contribuição no filme.

Sarver também diz que o título – The Hurt Locker, que significa “um estado de sofrimento extremo, sem possibilidade de exteriorização” – é uma expressão cunhada por Sarver que os responsáveis pelo filme decidiram utilizar sem seu conhecimento ou autorização.

Boal, que se defendeu nas páginas do L.A. Times, diz que “Sarver é um soldado corajoso e um bom homem” mas que as alegações não são verdadeiras, que a expressão “The Hurt Locker” é uma gíria militar, e que o roteiro não é sobre ele.

Porém, o  L.A. Times listou uma série de coincidências entre o roteiro do filme e fatos da vida de Sarver, retratados por Boal no artigo que escreveu em 2005.  Boal explica: “Há sim similaridades, porque você encontra similaridades em eventos que aconteceram com muitos desses caras. Mas o roteiro não é sobre ele. Eu falei com pelo menos 100 soldados durante minha pesquisa e misturei tudo que aprendi de um jeito que pudesse ser autentico, mas que tambem fizesse uma estória dramática”.

A petição dos advogados de Sarver, que pode ser lida aqui, pede de Boal e dos produtores do filme uma indenização de cerca de 400,000 dólares.

Fernando Marés de Souza
Roteiro de Cinema, roteirodecinema.com.br
FONTE: LA TIMES | DIÁRIO DE NOTÍCIAS
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Leia os roteiros premiados na 82ª edição do Oscar

Em cerimônia realizada ontem em Los Angeles, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, na 82ª edição do Oscar, premiou THE HURT LOCKER (Guerra ao Terror) de Mark Boal, como melhor Roteiro Original; e PRECIOUS: BASED ON THE NOVEL PUSH BY SAPPHIRE (Preciosa) de Geoffrey Fletcher, como melhor Roteiro Adaptado.

Os outros indicados na categoria Roteiro Original eram: INGLOURIOUS BASTERDS (Bastardos Inglórios) de Quentin Tarantino; A SERIOUS MAN (Um Homem Sério) de Joel Coen & Ethan Coen;
UP de Bob Peterson, Pete Docter; e THE MESSENGER de Oren Moverman & Alessandro Camon.

Na categoria Roteiro Adaptado, concorriam também: AN EDUCATION (Educação) de Nick Hornby; UP IN THE AIR (Amor Sem Escalas) de Jason Reitman & Sheldon Turner; DISTRICT 9 (Distrito 9) de Neill Blomkamp & Terri Tatchell; e IN THE LOOP de Jesse Armstrong, Simon Blackwell & Armando Iannucci, Tony Roche.

Os momentos de anúncio e discursos podem ser assistidos no site do Oscar: Mark Boal e Geoffrey Fletcher. O prêmio de Boal já era esperado – ele havia levado o BAFTA e o WGA – mas o de Fletcher surpreendeu muita gente, visto que UP IN THE AIR, de Jason Reitman & Sheldon Turner era dado como favorito, por ter levado o Globo de Ouro, além do Bafta e do WGA. PRECIOUS, é o primeiro roteiro de Fletcher, e ele já havia sido premiado há alguns dias na categoria “Best First Screenplay” no  Independent Spirit Award.

AVATAR, escrito por James Cameron, levou Direção de Arte, Fotografia e Efeitos Especiais.  INGLOURIOUS BASTERDS (Bastardos Inglórios) ganhou por Melhor Ator Coadjuvante, para Christoph Waltz. Jeff Bridges foi eleito melhor ator por seu trabalho em  CRAZY HEART (Coração Louco) escrito Scott Cooper, baseado no livro de Thomas Cobb; Sandra Bullock levou Melhor Atriz, por THE BLIND SIDE (Um Sonho Possível), escrito por John Lee Hancock e baseado no livro de Michael Lewi. Mo’nique foi agraciada por seu trabalho como Atriz coadjuvante em PRECIOUS. A Melhor Maquiagem ficou com STAR TREK (Jornada nas Estrelas), escrito por Roberto Orci & Alex Kurtzman A lista comleta de premiados está no site do Oscar.

THE HURT LOCKER foi quem recebeu o maior número de prêmios, além de Roteiro Original para Mark Boal, levou Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Edição de Som, Melhor Som e Melhor Montagem.

O Simply Scripts mantém uma lista de todos os roteiros premiados da história do Oscar e links para os textos quando eles são disponíveis.

Para outros roteiros, use a Scripts on the Net ou a Biblioteca de Roteiros em português do portal Roteiro de Cinema.

Fernando Marés de Souza
Roteiro de Cinema, roteirodecinema.com.br
FONTE: OSCAR
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Porra, Mauricio – a bizarra história de um blog bizarro

Como contraponto à auto-entrevista irônica publicada com exclusividade no Interbarney, vou (ao menos tentar) escrever algo sério sobre o “Porra, Maurício”, até porque tem gente achando que aquela “auto-entrevista com graves indícios de insanidade” era para ser levada a sério.

Pra quem não conhece, o “Porra, Maurício” é um blog de humor criado por mim e desenvolvido pelo Pablo Peixoto, que brinca com a obra do cartunista Mauricio de Sousa e sua Turma da Mônica, de uma forma politicamente incorreta, e segundo muita gente: genial, sensacional, ou simplesmente engraçada.

Quando criei o blog – longínquos cinco dias atrás – nunca imaginei que ele se tornaria o maior fenômeno de todos os tempos da última semana num nicho específico de usuários de  redes sociais. Era para ser apenas uma brincadeira momentânea daquela manhã de terça, pra tirar um sarro na onda de indignação frente ao infame artigo do Dioclécio Luz no Observatório da Imprensa. Mal sabia que o bizarro “Tumblr” ganharia um status de “epic win”, e revolucionaria para sempre o humor na internet brasileira, castigado por um estilo ácido e crú, mas infelizmente sem graça.

Tá, menos. Vocês entenderam.

O fato é que a repercussão e a aceitação do blog foi muito maior, infinitamente maior, do que qualquer pessoa poderia prever. Muita gente gostou, deu risada e passou pra frente, numa progressão geométrica que envolveu rostos conhecidos e anônimos do universo dos quadrinhos, dos roteiros, das artes em geral, e da blogosfera brasileira.

Aos analistas de mídias sociais de plantão, é só seguir a trilha do “Porra, Mauricio” no pássaro azul, que começa com Arnaldo Branco (pra quem eu havia mostrado o blog privadamente) e percorre um longo mas rápido trajeto, passando por Alexandre Inagaki, Chico Barney, e diversos outros “Highly Influential Individuals“, incluindo os roteiristas da Turma da Mônica, Paulo Back e Emerson Abreu, até se transformar em meme definitivo, quando a própria filha do Mauricio, no dia seguinte, publica em seu Twitter a singela mensagem “Porra, pai“.

E apesar de eu não estar mais participando ativamente dos rumos do blog por absoluta falta de tempo – estou em plena pré-produção de um longa-metragem que começa a rodar em Abril, finalizando meu argumento pro Edital do MinC, finalizando uma seleção de roteiros originais pro Carlos Manga  – o também roteirista e parceiro de primeira hora (literalmente) do blog, Pablo Peixoto, assumiu de vez a editoria que vinha exercendo “de facto”, e parece que “a porra” veio pra ficar, ou pelo menos, que a piada ainda tem fôlego.

Gostaria de deixar claro – pois por incrível que pareça pessoas tem me congratulado pelo blog, jornalistas ligaram e mandaram e-mails pedindo informações, entrevistas – é que os louros pelo “Porra, Maurício” devem ser divididos entre três pessoas, e nenhuma delas sou eu. A primeira é o Pedro Leite, criador do “Porra” original, o “Porra, Felipe“, que junto com a referência do Superdickery, trazida posteriormente pelo Pablo, foi a principal fonte de inspiração para o estilo de humor do site. Outra, obviamente, é o Pablo Peixoto, roteirista de humor afiado, que pegou minha piada despretensiosa com poucas horas de vida (mas já considerada genial, sensacional, etc, por muita gente boa, inclusive ele, “I give me that”), e tocou o show dali pra frente, publicando compulsivamente e matando “meio twitter” de rir, inclusive eu. E “last but not least”, a mais importante de todas, o próprio Mauricio de Sousa, que junto com sua equipe criativa produziu nesses 50 anos de carreira um universo que faz parte do imaginário de várias gerações, e um manancial quase infinito de imagens para serem tiradas do contexto e impiedosamente sacaneadas.

Aproveito para elogiar o espírito esportivo apresentado pelo Mauricio, por sua filha Marina, e pelos roteiristas da Turma – Paulo Back e Emerson Abreu – diante da brincadeira politicamente incorreta. Acho que eu nem preciso frisar que a intenção sempre foi apenas fazer rir, sem desrespeito a obra ou aos autores. Pelo contrário, apesar da forma esquisita, tudo não passa de uma grande homenagem. Acredito que o cara que criou o Nico Demo não teve dificuldades de entender isso.

Vou também comentar um e-mail que recebi de uma colega roteirista, onde ela perguntava se eu, enquanto membro de entidades que lutam pelos direitos dos autores (AR e AC, no caso), não estaria dando mau exemplo desrespeitando o direito autoral do Mauricio de Sousa. Vale esclarecer que não há ofensa ao direito autoral no blog “Porra, Mauricio”, pois o uso das imagens se enquadram no Art. 46 da Lei 9.610, que limita o direito autoral no uso de passagens ou fragmentos para crítica, polêmica, comentário. É mais ou menos o que os americanos chamam de “fair use“, uso justo, corroborado por convenções internacionais de direito de autor.

Vale também esclarecer que diferente do que foi publicado no Vírgula-Uol, no Omelete, e em outros lugares, o Mauricio se pronunciou sim, tanto sobre o “Porra, Mauricio”, quanto sobre o artigo do Dioclécio Luz. Sobre o “Porra”, Mauricio disse que achou que “ficou curioso“. E mais importante, sobre o artigo do Observatório da Imprensa, Mauricio disse que Dioclécio “tem direito de expressar suas opiniões“, que o artigo é “exercício de liberdade de expressão“, e que também exerce essa liberdade, “escrevendo e desenhado livremente”.  É por essas e várias outras, que o Mauricio de Sousa é um sujeito realmente admirável.

Fernando Marés de Souza

Clipping de Fevereiro de 2010

Resumo das Notícias de Fevereiro de 2010
Via Twitter @roteirodecinema – http://twitter.com/roteirodecinema