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Globo não admite beijo gay e autores de novela se calam

Beijo entre dois homens deveria ter ido ao ar ontem à noite na Globo, mas foi vetado pela Direção da emissora. Diretoria da Associação dos Roteiristas se cala sobre o assunto polêmico.

Dois dias depois de Walcyr Carrasco – autor da Globo e Vice-Presidente da Associação dos Roteiristas ser flagrado passando informações falsas sobre a Classificação Indicativa e o beijo day, série de João Falcão, Clandestinos, tenta levar ao ar um beijo entre dois homens, mas cena é cortada toscamente pela Globo para não mostrar o beijo.

A Direção da Globo já havia vetado um beijo gay gravado para América, de Glória Perez. Uma cena em que Bruno Garcia e Guilherme Weber se beijam na série “Queridos Amigos”, escrita por Maria Adelaide Amaral e Letícia Mey, foi ao ar em 2008.

O Ministério da Justiça já esclareceu há muito tempo que um beijo gay é irrelevante para a Classificação Indicativa,e diz que “comemoraria um beijo gay” em novelas.

As perguntas que ficam são a seguintes:

Por qual razão o Vice-Presidente da AR Walcyr Carrasco não admite que estava errado e corrige a informação equivocada que passou para seus seguidores no Twitter e para os leitores do Daniel Castro. E por qual razão a Diretoria da Associação dos Roteiristas, presidida pelo roteirista da Record, Marcílio Moraes, não comenta as declarações de seu vice presidente, e por que não critica as Emissoras de TV pela atitude de proibir certos conteúdos baseado em regras ultrapassadas, obscuras e secretas?

Marcílio já deu uma dica no blog do Daniel Castro meses atrás, quando anunciava – em nome dos autores – sua decisão pessoal e arbitrária de não debater a Classificação Indicativa:

“Não tem sentido nós, autores e roteiristas, negociarmos com o governo a classificação indicativa. Em primeiro lugar, porque não aceitamos, por princípio, que outras pessoas, das empresas ou do governo, saibam melhor do que nós o que é apropriado para o nosso público. Em segundo lugar, porque não somos nós os concessionários do Estado e, sim, as emissoras e os produtores. Deles, eventualmente, somos obrigados a aceitar interferências por força dos contratos”, informou ao blog o presidente da AR, Marcílio Moraes, autor de Ribeirão do Tempo.”

Anteontem, a Diretoria da Associação do Roteiristas censurou documento contra a censura, que mostra contradição na posição pública da AR sobre a Classificação Indicativa.

CENA COMPLETA INCLUINDO BEIJO CORTADO PELA GLOBO

CENA QUE FOI AO AR ONTEM NA GLOBO

UPDATE: NOTA OFICIAL DA GLOBO SOBRE O EPISÓDIO

Daniel Castro publicou a nota:

“O episódio exibido ontem em Clandestinos tinha como fio condutor a amizade entre Fábio (Fábio Enriquez) e Hugo (Hugo Leão). Para contar esta história, a Globo utilizou os recursos artísticos que achou mais adequados, incluindo a edição da cena que representou o reencontro dos dois”, diz a nota

VIDEO ORIGINAL NO VIMEO QUE CAIU

“Sorry, “Beijo Censurado de Clandestinos” was deleted at 9:57:40 Fri Dec 10, 2010. We have no more information about it on our mainframe or elsewhere.”

Usuário que postou também se encontra deletado. O video me foi enviado pelo Twitter por um fake.

Estranho.

Fontes: CENA G, MIX BRASIL, Maria Quitéria

COMENTÁRIOS NO TWITTER SOBRE BEIJO GAY

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Walcyr Carrasco e o beijo gay não admitido

Walcyr Carrasco responde através do blog do Daniel Castro que EU, Fernando Marés de Souza, que não entendi o que ele escreveu no Twitter.

Quando ele disse que “a Classificação Indicativa não admite algumas coisas. Inclusive o beijo gay”, quis dizer que “a existência de uma classificação indicativa restringe a criatividade do autor, que não sente-se à vontade para debater temas polêmicos, como o beijo gay”.

E eu digo que ele continua “falando besteira“. Se Walcyr “não se sente à vontade para debater temas polêmicos” é por desinformação e falta de coragem.

Se alguém aí como eu ao ler que “a Classificação Indicativa não admite algumas coisas. Inclusive o beijo gay”, entendeu que a Classificação Indicativa não admite algumas coisas, inclusive o beijo gay, talvez tenha sido só a dificuldade que você tem para entender o que Walcyr quis dizer.

Sou um pouco surdo mas não sou burro,  o que consegui entender foi que “a Classificação Indicativa não admite algumas coisas. Inclusive o beijo gay”. Talvez porque Walcyr escreveu exatamente isso, e pelo jeito não vai admitir que falou besteira. Cada um entende o que quiser. Numa dessa eu que sou chato mesmo. Acho que “a grande questão é” o Walcyr Carrasco “que não admite algumas coisas”. Inclusive que falou besteira. É assunto federal.

A verdade é que são as emissoras que nunca permitiram a veiculação de beijo gay. Os critérios da Classificação Indicativa não fazem diferenciação entre amor ou sexo homo ou hetero, e nunca devem fazer.

O Ministério da Justiça diz que comemoraria um beijo gay em novela. Eu também. De fato, na última minissérie que escrevi, CWB, dirigida pelo Fernando Coelho e que estréia depois de amanhã no Festival Internacional de Televisão, escrevemos e exibiremos um beijo gay. Na verdade já exibimos, pois a cena se encontra no trailer.

Daniel diz – baseado em informação do Walcyr – que “Carrasco foi eleito recentemente vice-presidente da AR (Associação dos Roteiristas), entidade que é contra a classificação indicativa”

Corrijo a informação. A AR não é “contra a classificação indicativa”, cito o próprio blog do Daniel Castro de alguns meses atrás como fonte para contradizer a informação: “Os autores fazem questão de frisar que não são contra a classificação indicativa das obras audiovisuais”, na matéria de 9 de Agosto de 2010, Autores de novelas pedem fim da reclassificação indicativa.

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A posição oficial da AR “esclarece que é a favor da classificação indicativa de faixa etária dos programas de televisão. Sabe que essa classificação é um direito do cidadão, garantido na Constituição. E (…) afirma que a classificação deve ser resultado de um diálogo permanente com a sociedade.”

Afinal, alguém da Diretoria da AR pode esclarecer as posições da entidade sobre a Classificação Indicativa? Alguém vai comentar as declarações do vice-presidente?

Walcyr vai corrigir a informação equivocada que postou em seu twitter e que levou diversos de seus festejados 100.000 seguidores a acreditar que quem não permite um beijo gay em novela é a Classificação Indicativa?

Fiquem ligados nos próximos capítulos….

Fernando Marés de Souza
Heterossexual, especialista em beijo gay no audiovisual

Matéria original de Daniel Castro veiculada em seu blog no R7.

Classificação indicativa inibe beijo gay, diz Walcyr Carrasco

Autor de Xica da Silva (Manchete), Alma Gêmea e Caras e Bocas (Globo), entre outras novelas, Walcyr Carrasco fez sérias críticas ao sistema de classificação indicativa do Ministério da Justiça.

No Twitter, Carrasco classificou a classificação indicativa de “censura” e a comparou à escravidão.”As leis existem para serem mudadas. A escravidão já foi lei”, afirmou.

O escritor se declarou totalmente contrário ao fato de o governo ter o poder de determinar o horário em que programas de TV vão ao ar. Polêmico, afirmou que a classificação indicativa “não admite algumas coisas”, “inclusive o beijo gay” em novelas, que seria um “assunto federal”.

Carrasco foi eleito recentemente vice-presidente da AR (Associação dos Roteiristas), entidade que é contra a classificação indicativa. Como autor de novelas das seis e das sete, ele já teve problemas com cenas não aprovadas pela autocensura da Globo.

“Não vejo problema no beijo gay, que está liberado nas ruas. Uma criança pode ver um beijo gay no shopping, mas não na novela!”, afirmou Carrasco no Twitter. “A questão da classificação indicativa é que vivemos em um país onde o Estado é que deve tutelar o cidadão. A pessoa não pode decidir o que vê. Por exemplo, eu acho que os pais e as mães têm o direito de decidir o que o filho deve ver ou não. Mas o Estado proíbe em nome da criança”, disparou o novelista.
As regras de classificação indicativa estão atualmente sendo revistas pelo Ministério da Justiça, mas a AR optou por não participar dos debates, por uma questão de princípio (não concorda com a interferência do Estado no conteúdo televisivo) e porque considera o assunto de competência das emissoras.

Falando besteira

As declarações de Walcyr Carrasco no Twitter foram contestadas pelo roteirista Fernando Marés de Souza. Em seu blog, Souza, que há pouco se desligou da AR, escreveu que Carrasco está “falando besteira sobre classificação indicativa”.
“Walcyr desinforma seu público sobre a classificação indicativa, publicando em seu Twitter que “a grande questão é a classificação indicativa que não admite algumas coisas. Inclusive o beijo gay”, afirmou Souza no blog.

“Isso não é verdade. Primeiro, que a classificação indicativa ‘admite’ qualquer coisa, apenas classifica a faixa etária indicada, e na atual portaria, vincula essa faixa a um horário. Segundo, que ‘beijo gay’ não é nem nunca foi critério de classificação. As atuais regras da classificação indicativa não fazem distinção entre beijo gay e beijo hetero”, escreveu o roteirista.

Ao R7, Carrasco disse que Souza não entendeu o que ele escreveu no Twitter.

“O que eu disse, e que ele  não conseguiu entender, foi que a existência de uma classificação indicativa restringe a criatividade do autor, que não sente-se à vontade para debater temas polêmicos, como o beijo gay”, afirmou o autor da Globo.

Fonte: Daniel Castro, 07/12/10

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Walcyr Carrasco fala besteira sobre Classificação Indicativa

Há mais de um mês, um pouco antes de me desligar da AR, Associação dos Roteiristas Brasileiros, eu disse que o Presidente da AR, Marcílio Moraes, falava “besteira” sobre a Classificação Indicativa na imprensa. Walcyr Carrasco ficou indignado com a minha frase e escreveu a seguinte mensagem:

Só agora li a mensagem do Fernando onde ele diz  que o Marcílio fala  “besteira”. Quero expressar meu profundo constrangimento pelo uso dessa palavra a respeito do presidente da AR há tantos anos — e também, nunca é excessivo lembrar, um dos maiores autores de telenovelas e seriados do país. Independente de qualquer divergência, acho o uso dessa palavra de mau gosto e desrespeitoso. De nenhuma maneira deve ser admitida entre os membros de uma associação como a AR.” – Walcyr Carrasco

Respondendo a essa mensagem de Walcyr, Thiago Santiago chegou a pedir que eu fosse expulso da entidade. Pois bem, quando eu acusava o Marcílio Moraes de falar “besteira” sobre a Classificação Indicativa na imprensa, era porque ele realmente falava besteira, e em mais um indício de que eu estava certo, agora quem vem a público falar besteira sobre a Classificação Indicativa é o próprio Walcyr, recém empossado Vice-Presidente da Associação dos Roteiristas.

Walcyr desinforma seu público sobre a Classificação Indicativa, publicando em seu Twitter que “A grande questão é a Classificação Indicativa que não admite algumas coisas. Inclusive o beijo gay.”

Isso não é verdade. Primeiro, que a Classificação Indicativa “admite” qualquer coisa, apenas Classifica a faixa etária indicada, e na atual portaria, vincula essa faixa a um horário. Segundo, que “beijo gay” não é nem nunca foi critério de classificação. As atuais regras da Classificação Indicativa não fazem distinção entre beijo gay e beijo hetero.

Walcyr é tão desinformado que não sabe que essa informação sobre o “beijo gay” já foi refutada até pelo presidente da Associação dos Roteiristas na lista da AR, quando Ricardo Linhares fez afirmação similar e foi corrigido pelo Secretário Nacional de Justiça: Saiu matéria na Folha. “Ministério diz que autores usam classificação indicativa como desculpa para não exibir beijo gay.” que Marcílio comentou dizendo: “quem impediu o beijo gay em novelas foram as direções das emissoras.”

Porém, essa não é a única “besteira” sobre a Classificação Indicativa proferida por Walcyr em seu Twitter na noite de ontem. Assim como Marcílio Moraes, Walcyr diz que “nós autores somos contra a Classificação Indicativa”. Walcyr não pode falar pelos roteiristas da entidade que representa, pois os membros da AR deixaram claro que não são contra a Classificação Indicativa.

Em manifesto assinado por dezenas de membros da AR e até pelo próprio Walcyr Carrasco, publicado no site da AR, a entidade “esclarece que é a favor da classificação indicativa de faixa etária dos programas de televisão. Sabe que essa classificação é um direito do cidadão, garantido na Constituição. E (…) afirma que a classificação deve ser resultado de um diálogo permanente com a sociedade.”
http://www.ar.art.br/informateca/escritos/atualidades/janeiro/manifesto.htm

Em suas primeiras declarações como Vice-presidente da atual diretoria da AR, Walcyr desinforma seus leitores sobre a Classificação Indicativa e sobre a posição dos autores da entidade que representa.

É realmente “clara a posição da AR” e quem ler o Manifesto constata que a entidade é apenas “contra a associação entre classificação indicativa e horário obrigatório de exibição do programa”, ou seja, contra a chamada “vinculação de horário”, e ao se pronunciar – em nome dos roteiristas – dizendo que “nós autores somos contra a classificação indicativa”, desrespeita os roteiristas brasileiros, desrespeita os membros da AR, e inclusive comete um ato punível com expulsão dos quadros da AR, por desrespeitar decisões do colegiado.

Walcyr ainda afirma: “Pois é, mas para mudar a Classificação Indicativa, só com pressão popular.” O que não diz é que a Associação da qual é vice-presidente se recusa a participar dos debates que estão acontecendo entre a sociedade organizada e o Ministério da Justiça para alterar a portaria que regulamenta a Classificação Indicativa. A Classificação Indicativa VAI MUDAR, mas por decisão arbitrária da Diretoria da qual Walcyr faz parte, não vai levar em conta a opinião dos roteiristas da AR.

A posição da AR nessa questão, através das declarações públicas do Presidente Marcílio Moraes tem sido contraditórias. Sem consultar sua diretoria ou seu colegiado o Presidente foi na imprensa “reafirmar sua posição contrária a classificação”, dizer que nós “sempre fomos contra a classificação” e afirmar que estava sendo “censurado” por não poder dizer que sua novela Ribeirão do Tempo era Livre para todos os públicos, mesmo sendo uma novela de conteúdo maduro, e mesmo sem que a reclassificação tivesse interferido no horário ou no conteúdo da novela, pois ela passa tarde da noite.

Novamente sem consultar sua diretoria ou seu colegiado, o Presidente marcou publicamente através da imprensa um encontro com o Secretário Nacional de Justiça para debater a classificação, e convidou para participar com ele, o que definiu em suas palavras públicas como “poucos autores mais expressivos”.

Semanas depois – quando viu que não tinha condições de debater a classificação pois não sabia nada do assunto  – se arrependeu e começou a dizer na imprensa que os autores estavam muito ocupados com suas novelas para se reunir com o Secretário, depois disse que a época de eleição não era boa pra debater, e que iríamos deixar para o ano que vem, e por fim, decidiu sozinho e comunicou para a imprensa que debater a classificação era contra seus princípios e contra os princípios fundamentais da AR. Ou seja, a incoerência é flagrante.

Recomendo que todos se informem sobre a Classificação Indicativa e tomem cuidado com o que lêem por aí. A sociedade está reunida debatendo a Classificação Indicativa – que é imperfeita e deve se aprimorar – e o Ministério da Justiça mantém um blog para debater o assunto: http://culturadigital.br/classind/

Walcyr Carrasco acha que minha frase que diz que “o Presidente da AR fala besteira”, “não deve ser admitida”, e publica a mentira de que a Classificação Indicativa “não admite beijo gay”. Só mais uma ironia vinda do pequeno grupo de autores de novela auto-denominados defensores da liberdade de expressão- Marcílio Moraes, Thiago Santiago, Walcyr Carrasco e Ricardo Hofstetter – que no semestre passado gritava “censura” contra a classificação indicativa, e que confrontados com as contradições e hipocrisias de seus discursos, terminou cerceando minha liberdade de expressão na lista de discussão da AR, com uma suspensão autoritária, ilegítima, e ilegal, em nome da “preservação da intituição”.

Se explique pra galera aí, Walcyr… e “admita” que “falou besteira”…

Fernando Marés de Souza
Apenas um dos muitos ex-associados da AR

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