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Walcyr Carrasco e o beijo gay não admitido

Walcyr Carrasco responde através do blog do Daniel Castro que EU, Fernando Marés de Souza, que não entendi o que ele escreveu no Twitter.

Quando ele disse que “a Classificação Indicativa não admite algumas coisas. Inclusive o beijo gay”, quis dizer que “a existência de uma classificação indicativa restringe a criatividade do autor, que não sente-se à vontade para debater temas polêmicos, como o beijo gay”.

E eu digo que ele continua “falando besteira“. Se Walcyr “não se sente à vontade para debater temas polêmicos” é por desinformação e falta de coragem.

Se alguém aí como eu ao ler que “a Classificação Indicativa não admite algumas coisas. Inclusive o beijo gay”, entendeu que a Classificação Indicativa não admite algumas coisas, inclusive o beijo gay, talvez tenha sido só a dificuldade que você tem para entender o que Walcyr quis dizer.

Sou um pouco surdo mas não sou burro,  o que consegui entender foi que “a Classificação Indicativa não admite algumas coisas. Inclusive o beijo gay”. Talvez porque Walcyr escreveu exatamente isso, e pelo jeito não vai admitir que falou besteira. Cada um entende o que quiser. Numa dessa eu que sou chato mesmo. Acho que “a grande questão é” o Walcyr Carrasco “que não admite algumas coisas”. Inclusive que falou besteira. É assunto federal.

A verdade é que são as emissoras que nunca permitiram a veiculação de beijo gay. Os critérios da Classificação Indicativa não fazem diferenciação entre amor ou sexo homo ou hetero, e nunca devem fazer.

O Ministério da Justiça diz que comemoraria um beijo gay em novela. Eu também. De fato, na última minissérie que escrevi, CWB, dirigida pelo Fernando Coelho e que estréia depois de amanhã no Festival Internacional de Televisão, escrevemos e exibiremos um beijo gay. Na verdade já exibimos, pois a cena se encontra no trailer.

Daniel diz – baseado em informação do Walcyr – que “Carrasco foi eleito recentemente vice-presidente da AR (Associação dos Roteiristas), entidade que é contra a classificação indicativa”

Corrijo a informação. A AR não é “contra a classificação indicativa”, cito o próprio blog do Daniel Castro de alguns meses atrás como fonte para contradizer a informação: “Os autores fazem questão de frisar que não são contra a classificação indicativa das obras audiovisuais”, na matéria de 9 de Agosto de 2010, Autores de novelas pedem fim da reclassificação indicativa.

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A posição oficial da AR “esclarece que é a favor da classificação indicativa de faixa etária dos programas de televisão. Sabe que essa classificação é um direito do cidadão, garantido na Constituição. E (…) afirma que a classificação deve ser resultado de um diálogo permanente com a sociedade.”

Afinal, alguém da Diretoria da AR pode esclarecer as posições da entidade sobre a Classificação Indicativa? Alguém vai comentar as declarações do vice-presidente?

Walcyr vai corrigir a informação equivocada que postou em seu twitter e que levou diversos de seus festejados 100.000 seguidores a acreditar que quem não permite um beijo gay em novela é a Classificação Indicativa?

Fiquem ligados nos próximos capítulos….

Fernando Marés de Souza
Heterossexual, especialista em beijo gay no audiovisual

Matéria original de Daniel Castro veiculada em seu blog no R7.

Classificação indicativa inibe beijo gay, diz Walcyr Carrasco

Autor de Xica da Silva (Manchete), Alma Gêmea e Caras e Bocas (Globo), entre outras novelas, Walcyr Carrasco fez sérias críticas ao sistema de classificação indicativa do Ministério da Justiça.

No Twitter, Carrasco classificou a classificação indicativa de “censura” e a comparou à escravidão.”As leis existem para serem mudadas. A escravidão já foi lei”, afirmou.

O escritor se declarou totalmente contrário ao fato de o governo ter o poder de determinar o horário em que programas de TV vão ao ar. Polêmico, afirmou que a classificação indicativa “não admite algumas coisas”, “inclusive o beijo gay” em novelas, que seria um “assunto federal”.

Carrasco foi eleito recentemente vice-presidente da AR (Associação dos Roteiristas), entidade que é contra a classificação indicativa. Como autor de novelas das seis e das sete, ele já teve problemas com cenas não aprovadas pela autocensura da Globo.

“Não vejo problema no beijo gay, que está liberado nas ruas. Uma criança pode ver um beijo gay no shopping, mas não na novela!”, afirmou Carrasco no Twitter. “A questão da classificação indicativa é que vivemos em um país onde o Estado é que deve tutelar o cidadão. A pessoa não pode decidir o que vê. Por exemplo, eu acho que os pais e as mães têm o direito de decidir o que o filho deve ver ou não. Mas o Estado proíbe em nome da criança”, disparou o novelista.
As regras de classificação indicativa estão atualmente sendo revistas pelo Ministério da Justiça, mas a AR optou por não participar dos debates, por uma questão de princípio (não concorda com a interferência do Estado no conteúdo televisivo) e porque considera o assunto de competência das emissoras.

Falando besteira

As declarações de Walcyr Carrasco no Twitter foram contestadas pelo roteirista Fernando Marés de Souza. Em seu blog, Souza, que há pouco se desligou da AR, escreveu que Carrasco está “falando besteira sobre classificação indicativa”.
“Walcyr desinforma seu público sobre a classificação indicativa, publicando em seu Twitter que “a grande questão é a classificação indicativa que não admite algumas coisas. Inclusive o beijo gay”, afirmou Souza no blog.

“Isso não é verdade. Primeiro, que a classificação indicativa ‘admite’ qualquer coisa, apenas classifica a faixa etária indicada, e na atual portaria, vincula essa faixa a um horário. Segundo, que ‘beijo gay’ não é nem nunca foi critério de classificação. As atuais regras da classificação indicativa não fazem distinção entre beijo gay e beijo hetero”, escreveu o roteirista.

Ao R7, Carrasco disse que Souza não entendeu o que ele escreveu no Twitter.

“O que eu disse, e que ele  não conseguiu entender, foi que a existência de uma classificação indicativa restringe a criatividade do autor, que não sente-se à vontade para debater temas polêmicos, como o beijo gay”, afirmou o autor da Globo.

Fonte: Daniel Castro, 07/12/10

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